NOVA YORK (Reuters) - Bares, restaurantes, teatros e cinemas das cidades norte-americanas de Nova York e Los Angeles foram obrigados a fechar as portas para combater a disseminação da pandemia de coronavírus, e bancos centrais de todo o mundo adotaram medidas agressivas para amenizar o impacto econômico da doença.
O Federal Reserve cortou as taxas de juros dos Estados Unidos para quase zero pela segunda vez em menos de duas semanas, e outros BCs seguiram o exemplo, mas os mercados de ações e o dólar continuaram a despencar.
Os principais mercados de ações europeus caíram mais 6% nas aberturas de pregões, e os futuros de Wall Street atingiram seu limite de baixa no primeiro quarto de hora de negociação das bolsas asiáticas, já que os investidores buscaram portos seguros.
Em uma reunião de emergência, o Banco do Japão afrouxou ainda mais sua política monetária ao elevar a compra de fundos negociados em moeda estrangeira e outros ativos arriscados.
Líderes dos países do G7 farão uma videoconferência às 11h (horário de Brasília) desta segunda-feira para debater uma reação conjunta ao surto de coronavírus, disseram autoridades.
No domingo, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse que estava ordenando que restaurantes, bares e cafés só vendam comida para entrega e que ordenará que clubes noturnos, cinemas, teatros pequenos e casas de show fechem.
"Estes locais são parte do coração e da alma de nossa cidade, mas nossa cidade está enfrentando uma ameaça inédita, e precisamos reagir com uma mentalidade de tempo de guerra".
O prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti, emitiu ordens semelhantes. Qualquer restaurante, bar ou café que venda alimento só poderá fazê-lo pelo sistema de delivery, disseram autoridades.
"O pior ainda nos aguarda", disse o doutor Anthony Fauci, o principal especialista em doenças infecciosas dos EUA. "É a maneira como reagirmos a esse desafio que determinará o ponto final definitivo".
As diretrizes mundiais coordenadas lembram as medidas abrangentes adotadas pouco mais de uma década atrás para combater o derretimento do sistema financeiro global, mas desta vez o alvo é uma crise de saúde que aumenta rapidamente e sem final à vista, o que está obrigando sociedades inteiras a se isolarem.
"A questão que ainda persiste para os investidores é que o impacto econômico do vírus ainda é desconhecido, se este é um evento de um mês ou se é um evento de um ano, e qual será a profundidade do corte nos gastos do consumidor", disse Rick Meckler, sócio da Cherry Lane Investments de New Vernon, em Nova Jersey.
(Reportagem de Leela de Krester, em Nova York; Lindsay Dunsmuir, Nandita Bose, Howard Schneider e Ann Saphir, em Washington; Wayne Cole e Swati Pandey, em Sydney; Hideyuki Sano, em Tóquio; Tom Westbrook, em Cingapura; Kevin Yao, em Pequim; Jaime Freed, em Sydney; e Tracy Rucinski, em Chicago)