Por Joseph Ax e Ginger Gibson
WASHINGTON (Reuters) - O Estado norte-americano de Ohio buscará adiar a eleição primária presidencial de terça-feira, anunciou o governador na segunda-feira, sendo o primeiro dos quatro Estados com votações agendadas para o dia em vias de cancelar o evento em meio às crescentes preocupações com o coronavírus.
Na semana passada, autoridades estaduais disseram que as primárias de Ohio, Illinois, Flórida e Arizona estavam de pé, mas novas dúvidas surgiram no domingo depois que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA recomendou que eventos com 50 pessoas ou mais sejam adiados ou cancelados nas próximas oito semanas.
O vírus de disseminação rápida vem interditando escolas, restaurantes, eventos esportivos e shows. Geórgia e Louisiana já adiaram as primárias que ocorreriam em breve.
O ex-vice-presidente Joe Biden é o franco favorito para derrotar o senador Bernie Sanders, de Vermont, nos quatro Estados, de acordo com pesquisas de opinião.
O governador republicano Mike DeWine, ao pedir o adiamento, afirmou que populações em risco ficariam impossibilitadas de votar.
"Nós não deveríamos forçá-los a escolher --escolher entre sua saúde e seus deveres constitucionais como cidadãos americanos", disse DeWine em entrevista coletiva.
DeWine não tem autoridade para adiar unilateralmente a votação, mas pedirá a um tribunal do Estado uma decisão a favor de uma ação planejado que busca o adiamento. Ohio espera realizar a eleição primária no dia 2 de junho.
As primárias nos quatro grandes Estados poderiam dar a Biden, franco favorito na corrida democrata, uma vantagem quase inalcançável em relação a Sanders, na soma dos delegados que escolherão o desafiante de Donald Trump, um republicano, na eleição de 3 de novembro.
Em um comunicado conjunto emitido na sexta-feira, as principais autoridades eleitorais dos quatro Estados disseram que as primárias aconteceriam e que não existia um perigo elevado de se votar.
Após seu primeiro debate frente a frente com Biden no estúdio da CNN em Washington no domingo, que não teve público presidente para reduzir as possibilidades de exposição ao vírus, Sanders questionou se era sábio votar dois dias depois.
"Estou pensando em alguns dos idosos que estarão sentados atrás das mesas, registrando pessoas, fazendo aquelas coisas todas. Será que isso faz muito sentido? Não tenho certeza disso", disse Sanders à CNN.