PARIS (Reuters) - Um tribunal da França decidiu que Clint Eastwood não pode depor durante o julgamento de um suposto atirador islâmico, cujo ataque em um trem de alta velocidade foi frustrado por três norte-americanos que mais tarde interpretaram a si mesmos em um filme do diretor.
O julgamento do cidadão marroquino Ayoub el Khazzani, que abriu fogo a bordo de um trem Thalys que viajava pelo norte da Europa em agosto de 2015, começou na segunda-feira em Paris.
Antes do julgamento, a advogada de Khazzani havia pedido que a corte convocasse Eastwood como testemunha, alegando que ele poderia "lançar alguma luz" sobre a autenticidade das cenas retratadas em seu filme.
O filme de Eastwood se baseia em um livro escrito pelo trio intitulado "15h17: Trem para Paris".
Khazzani disse a investigadores também antes do julgamento que decidiu desistir do ataque no último segundo, mas que era tarde demais para evitar o confronto com os passageiros, disse uma fonte judicial.
Mas o filme não mostra a suposta mudança de opinião, e a advogada de defesa teme que ele possa influenciar a opinião das pessoas sobre o ataque. Ela queria questionar Eastwood sobre quais instruções ele deu aos atores ao dirigi-los.
Procuradores antiterrorismo rejeitaram o pedido, dizendo que Eastwood não testemunhou o incidente e que não faz sentido convocar um homem de 90 anos durante uma pandemia.
(Por Tangi Salaün)