Por David Morgan e Richard Cowan
WASHINGTON (Reuters) - O terceiro dia do julgamento de impeachment de Donald Trump no Senado dos Estados Unidos transcorreu nesta quinta-feira, quando os democratas que estão defendendo sua condenação por incitar o ataque fatal ao Capitólio se concentraram no dano causado pelo ataque e no papel do ex-presidente ao atiçar os agitadores.
Na retomada dos trabalhos no Senado, os nove parlamentares da Câmara dos Deputados que atuam como procuradores ilustraram como Trump convocou explicitamente seus apoiadores até Washington naquele dia.
A congressista democrata Diana DeGette disse aos senadores - atuando como jurados no julgamento - que as "próprias declarações dos manifestantes antes, durante e depois do ataque deixaram claro que o ataque foi feito por Donald Trump e para cumprir seus desejos".
"Este não foi um crime secreto", afirmou DeGette. "O presidente disse a eles para estarem lá, então eles realmente acreditaram que não seriam punidos."
DeGette mostrou um vídeo em que um invasor contava a outro enquanto entravam em um gabinete do Congresso: "Ele ficará feliz - estamos lutando por Trump".
No dia 13 de janeiro, a Câmara de maioria democrata acusou o ex-presidente republicano de incitar uma insurreição ao exortar milhares de apoiadores a marcharem até o Capitólio em 6 de janeiro, dia em que os congressistas estavam reunidos para certificar a vitória eleitoral do presidente democrata, Joe Biden.
Os "gerentes" do julgamento na Câmara passaram grande parte da quarta-feira relatando os acontecimentos que levaram ao ataque e ressaltando a ameaça a Mike Pence, vice-presidente de Trump.
Também haveria um foco nesta quinta-feira na "falta de remorso" de Trump durante e depois do cerco, "o que é um elemento no cálculo do impeachment", disse um assessor da Câmara.
Os democratas terão uma tarefa dura para conseguir condenar Trump e impedi-lo de voltar a ocupar um cargo público, dada sua popularidade persistente entre muitos eleitores republicanos. Trump expressou interesse em voltar a concorrer a presidente em 2024.
(Por Rick Cowan, Susan Cornwell, Makini Brice e David Morgan; reportagem adicional de Tim Reid)