RAS KARKAR, Cisjordânia/GAZA (Reuters) - Forças de segurança de Israel feriram dezenas de palestinos que participavam de protestos na Cisjordânia ocupada e ao logo da Faixa de Gaza nesta sexta-feira, disseram testemunhas e autoridades médicas.
No vilarejo de Ras Karkar, na Cisjordânia, centenas de palestinos protestaram contra as tomadas de terra de Israel para assentamentos judeus atirando pedras nos soldados, que reagiram com gás lacrimogêneo e balas de borracha, ferindo ao menos uma dúzia de pessoas.
Autoridades israelenses não comentaram de imediato.
Em Gaza, controlada pelos islâmicos do Hamas, milhares de palestinos se reuniram perto da cerca da fronteira, parte das manifestações semanais iniciadas em 30 de março para exigir o direito a terras perdidas na guerra da fundação de Israel em 1948.
Médicos de Gaza disseram que 180 palestinos ficaram feridos, incluindo uma enfermeira e um menino.
O Exército israelense disse que as tropas abriram fogo para dispersar palestinos que lançaram pneus em chamas contra a cerca, criando o risco de uma invasão, e outro que atirou uma granada.
Ao menos 170 palestinos morreram desde que os protestos na fronteira começaram, gerando críticas de várias potências a Israel – menos os Estados Unidos, que ecoaram seu aliado do Oriente Médio culpando o Hamas pelo derramamento de sangue.
Israel retirou seus soldados e colonos de Gaza em 2005, mas construiu assentamentos na Cisjordânia, revoltando palestinos que os veem como um obstáculo às suas esperanças de fundar um Estado. A última rodada de conversas de paz israelo-palestinas fracassou em 2014.
Um tribunal israelense criou um precedente jurídico na terça-feira ao reconhecer legalmente um assentamento construído sem autorização do governo do Estado judeu em terras particulares palestinas.
A maioria dos países considera os assentamentos erguidos em territórios que Israel capturou na Guerra dos Seis Dias de 1967 ilegais, o que os israelenses rejeitam.
Cerca de 500 mil deles vivem na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, áreas que também abrigam mais de 2,6 milhões de palestinos.
(Por Ali Sawafta e Nidal al-Mughrabi)