PARIS (Reuters) - Ex-prestador de serviços de uma agência de espionagem dos Estados Unidos, Edward Snowden disse que adoraria que o presidente francês, Emmanuel Macron, lhe concedesse asilo político depois que uma ministra de Macron disse que, se dependesse dela, lhe ofereceria asilo.
A ministra da Justiça francesa, Nicole Belloubet, disse no final de semana que apoia a concessão de asilo a Snowden, mas deixou claro que se tratava de uma posição pessoal, e não uma oferta oficial.
Indagado sobre a perspectiva de asilo na França em uma entrevista que foi ao ar na rádio France Inter, Snowden disse: "Pedi asilo na França em 2013, no governo (do ex-presidente francês François) Hollande e, é claro, adoraríamos ver Macron oferecer um convite."
"Mas não se trata da França, trata-se da Europa, trata-se do mundo e do sistema que temos. Proteger delatores não é um ato hostil. Acolher alguém como eu não é um ataque aos Estados Unidos."
Snowden, prestes a publicar seu livro de memórias "Permanent Record", mora na Rússia desde 2013. Ele revelou detalhes de programas de vigilância secretos de agências de inteligência dos EUA.
Muitos ativistas de direitos civis o veem como um herói, mas em casa o norte-americano é procurado pelas autoridades, que querem julgá-lo por espionagem.
Pedindo anonimato, uma fonte diplomática francesa disse que não houve mudança desde que o pedido de asilo de 2013 de Snowden foi rejeitado.
"Não existe nenhum fato novo que justificaria uma decisão diferente", disse a fonte.
(Por Benoit Van Overstraeten e Marine Pennetier)