Por Dave Sherwood
HAVANA (Reuters) - Cuba registrou o menor índice de participação nas eleições municipais desde pelo menos 1981, segundo dados preliminares do governo divulgados nesta segunda-feira.
As eleições municipais, realizadas a cada cinco anos, são uma das poucas oportunidades que o cidadão comum da ilha tem de participar diretamente do processo eleitoral.
Autoridades eleitorais disseram que quase 69% dos eleitores cubanos registrados participaram da votação de domingo. Embora esse comparecimento ainda seja alto em comparação com muitos vizinhos regionais, ele marca uma queda significativa dos 89% que votaram em 2017, nas primeiras eleições desde a morte do ex-líder cubano Fidel Castro.
Cuba há muito se orgulha de seus altos níveis de participação eleitoral, cobrando a participação nas eleições como uma demonstração da natureza popular de seu sistema eleitoral.
A forte queda na participação no domingo em relação às eleições de 2017 vem na esteira dos apelos da oposição política de Cuba para a população se abster de votar como protesto contra o governo do presidente Miguel Díaz-Canel. As eleições municipais foram as primeiras desde que Díaz-Canel se tornou presidente em 2018.
Não há pesquisas de opinião ou de boca de urna em Cuba, então não está claro porque uma porcentagem crescente de eleitores cubanos optou pela abstenção no domingo.
Cuba está sofrendo com uma crise econômica quase sem precedentes que levou a filas de horas para comprar alimentos, remédios e combustível, assim como a blecautes contínuos e regulares.
A oposição na ilha de Cuba desapareceu em grande parte desde que os protestos generalizados contra o governo em julho de 2021 levaram centenas de pessoas a serem julgadas e presas. Outros optaram por migrar ou alegam que foram forçados ao exílio.
(Reportagem de Dave Sherwood)