GENEBRA (Reuters) - O órgão de vigilância de direitos humanos da ONU retomou parcialmente suas atividades na Venezuela, disse o seu chefe nesta segunda-feira, depois de ter sido forçado a deixar o país há quase 10 meses, após o que o governo descreveu como uma revisão de suas atividades.
O alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Turk, fez o anúncio em uma entrevista coletiva em Genebra, em resposta à pergunta de um repórter.
"Conseguimos retomar parcialmente nossas atividades", disse, sem entrar em mais detalhes. O chefe do gabinete de direitos humanos do órgão internacional disse que espera retomar as visitas às prisões e o monitoramento de julgamentos, mas não apresentou um cronograma.
Quando o escritório estava em pleno funcionamento, contava com uma equipe de cerca de uma dúzia de membros estrangeiros trabalhando para pressionar o governo do presidente Nicolás Maduro a aderir aos seus compromissos com os direitos humanos.
Maduro foi proclamado vencedor de uma contestada eleição presidencial em julho pela autoridade eleitoral e pelo Tribunal Supremo, alinhados ao governo. No entanto, a oposição divulgou milhares de cópias de atas eleitorais que, segundo ela, mostram uma vitória clara para seu candidato, que desde então fugiu para a Espanha.
(Reportagem de Emma Farge em Genebra; reportagem adicional de Vivian Sequera)