(Reuters) - Os organizadores do Oscar negaram nesta quarta-feira que estão se curvando à prática do politicamente correto ao trazerem mais mulheres e pessoas de outras etnias para as suas fileiras e disseram que estavam determinados a cortar eleitores que não têm mais um papel ativo na realização atual de filmes.
Na primeira grande entrevista desde que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou medidas profundas para recrutar novos membros, a executiva-chefe, Dawn Hudson, e a presidente, Cheryl Boone Isaacs, afirmaram que elas receberiam críticas dos membros que perderão o direito de voto em futuras indicações e escolhas dos vencedores do Oscar.
"Isso não é sobre ser politicamente correto. Isso é sobre construir a melhor equipe, a melhor instituição, os melhores artistas. Pois, se você não tiver os melhores artistas como membros, se você não tiver os melhores artistas votando para os prêmios da Academia, você não tem um reflexo real do melhor da nossa cultura cinematográfica", disse Hudson ao The Hollywood Reporter, em entrevista divulgada nesta quarta-feira.
"A Academia não tem tido a reputação de ser a instituição mais acolhedora para ninguém de qualquer cor", acrescentou ela.
Em meio aos protestos pelo fato de nenhum ator negro ter sido indicado para o Oscar pelo segundo ano consecutivo, a Academia na semana passada prometeu dobrar o número de integrantes mulheres e de minorias até 2020 e retirar o privilégio do direito permanente de voto dos membros que não têm trabalhado na indústria por décadas.
A Academia nunca divulgou a lista dos seus 6.200 membros, mas Hudson disse na entrevista que a atual composição tem cerca de 7 por cento de pessoas negras e 24 por cento de mulheres. OLBRENT Reuters Brazil Online Report Entertainment News 20160127T203302+0000