Por Munsif Vengattil
KOZHIKODE, India (Reuters) - O Estado de Kerala na Índia avançará “de qualquer jeito” com um projeto portuário de 900 milhões de dólares e está aberto a utilizar a polícia federal, se for necessário, para protegê-lo de manifestantes bloqueando a construção, disse um ministro do governo estadual à Reuters neste sábado.
A comunidade local de pesca, liderada por padres católicos, bloqueou a construção do porto de Vizhinjam pelo grupo Adani por quase quatro meses, erguendo um abrigo improvisado na entrada do porto. Os manifestantes dizem que o enorme projeto causa erosão da costa e prejudica os seus meios de subsistência. E pedem que a construção seja interrompida completamente.
O grupo Adani, liderado pelo homem mais rico da Ásia, Gautam Adani, e o governo de Kerala, que está bancando dois terços dos custos do projeto junto com o governo federal, negou essas acusações. Conflitos entre a polícia e manifestantes no último fim de semana deixaram mais de 100 pessoas feridas, incluindo 64 policiais.
Embora os manifestantes tenham se recusado a ceder, o ministro dos Portos de Kerala, Ahammed Devarkovil, disse que o governo do estado ao sul do país esperava resolver o impasse, mas que não havia nenhuma chance de interromper a construção.
“Queremos completar o projeto do porto de qualquer jeito. Não cederemos nisso”, disse, em uma entrevista. “Por serem civis protestando, a posição do governo é seguir em frente nessa situação sem inflingir danos” aos manifestantes.