Por Ayla Jean Yackley e Tom Perry
SURUCkob Turquia/BEIRUTE (Reuters) - Combatentes curdos que defendem uma cidade síria perto da fronteira alertaram na sexta-feira para um provável massacre de insurgentes pelo Estado Islâmico à medida que os rebeldes cercavam a cidade com tanques e bombardeavam seus arredores com fogo de artilharia.
A Turquia disse que fará o que puder para evitar que Kobani, uma cidade predominantemente curda bem próxima da fronteira, caía nas mãos do Estado Islâmico, mas não se comprometeu com nenhuma intervenção militar.
Forças lideradas pelos Estados Unidos têm bombardeado alvos do Estado Islâmico na Síria e no Iraque, mas a ação está sendo insuficiente para parar seu avanço no norte sírio em direção à fronteira turca, aumentando a pressão sobre a Turquia para que intervenha.
Esmat al-Sheikh, chefe de forças curdas defendendo Kobani, disse que a distância entre seus combatentes e os insurgentes era agora menor do que um quilômetro.
"Estamos em uma pequena e cercada área. Nenhum reforço chegou até nós e as fronteiras estão fechadas", disse ele à Reuters por telefone. "Minha previsão é de uma matança geral, massacres e destruição… há bombardeios com tanques, artilharia, foguetes e morteiros."
O Estado Islâmico ganhou notoriedade por extrema violência ao promover diversos massacres, incluindo decapitações em território sírio e iraquiano que tomou.
Duas grandes colunas de fumaça subiram ao leste de Kobani e houve diversas explosões vindas mais de dentro da cidade, à medida que os ataques de artilharia continuaram, disse um correspondente da Reuters que está no lado turco da fronteira.
Combatentes curdos do grupo YPG tentaram repelir os insurgentes, disparando mísseis e acertando alvos do Estado Islâmico em uma vila a poucos quilômetros ao leste da cidade.
Idris Nassan, vice-ministro do Exterior na administração local curda, disse que o YPG tinha conseguido impedir o avanço do Estado Islâmico nos últimos dois dias na frente sudeste da cidade.
"Há confrontos todos os minutos do dia. O YPG repeliu o EI ontem no sudeste de Kobani. Eles estavam a dois quilômetros de Kobani, mas agora estão a quatro", disse ele.
O primeiro-ministro Ahmet Davutoglu disse que a Turquia faria o possível para evitar que Kobani caísse nas mãos do Estado Islâmico, mas não se comprometeu com o tipo de intervenção militar que os curdos pediam.