Por Leigh Thomas
PARIS (Reuters) - O ex-guarda-costas do presidente francês, Emmanuel Macron, que foi demitido por espancar manifestantes disse em uma entrevista a um jornal nesta quinta-feira que ele cometeu um "grande erro" que foi explorado pelos inimigos de seu chefe.
Alexandre Benalla foi dispensado na semana passada após um vídeo mostrá-lo batendo em um manifestante e arrastando uma mulher em horas fora do serviço e usando um capacete para protestos e identificação de polícia.
Críticos dizem que o gabinete de Macron falhou em punir Benalla apropriadamente, ou encaminhá-lo prontamente a autoridades judiciais em função do incidente que desencadeou a maior crise política de seu mandato.
Benalla disse ao Le Monde em sua primeira entrevista desde que a crise veio à tona que "políticos e policiais" que ele não nomeou tinham usado o incidente para seus próprios fins.
"Eu fui o elo fraco... meu caso foi usado para marcar pontos, tomou proporções... eu não vou dizer que fui o bobo da corte, eu só estou dizendo que serviu a vários interesses, um interesse para atingir o presidente da República", disse Benalla.
Parlamentares da oposição lançaram uma ofensiva unificada contra Macron dizendo que a forma com que lidou com o caso mostra que ele perdeu tato com pessoas comuns desde que assumiu o cargo há 14 meses.
Benalla é agora alvo de uma investigação judicial e também há investigações em curso no Parlamento sobre como Macron lidou com o incidente.
(Reportagem adicional de Michel Rose e John Irish)