Por Lesley Wroughton
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos nomearam nesta sexta-feira um enviado especial para as negociações de paz da Colômbia, em resposta a um pedido tanto do governo colombiano como dos rebeldes para que Washington assumisse um papel mais ativo na resolução da mais longa guerra da América Latina.
O presidente dos EUA, Barack Obama, nomeou para o cargo Bernard "Bernie" Aronson, que ocupou a posição de secretário auxiliar de Estado para Assuntos Interamericanos entre 1989 e 1993.
"O presidente Obama chegou à conclusão de que enquanto obstáculos significativos permanecem, uma paz negociada na Colômbia vale absolutamente ser perseguida e vale absolutamente ser auxiliada caso sejamos capazes disso", disse o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, a jornalistas.
Como um aliado próximo da Colômbia, os EUA têm "responsabilidade de fazer o que puderem de modo a ajudar a Colômbia a alcançar a paz", disse Kerry.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, havia solicitado um papel mais direto dos EUA em seus mais recentes esforços durante uma visita de Kerry a Bogotá em dezembro.
Ele condicionou sua Presidência às negociações de paz, sendo reeleito no ano passado em detrimento a um opositor de direita que havia ameaçado interromper as conversas.
O conflito entre o governo colombiano e os rebeldes de inspiração marxista das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) matou mais de 220 mil pessoas desde 1964.
As Farc vinham solicitando o envolvimento dos EUA desde que as negociações de paz começaram em Cuba há dois anos e elogiaram o anúncio por meio de um comunicado nesta sexta-feira, agradecendo aos norte-americanos.
"Vemos isso como uma necessidade, considerando a presença permanente e o impacto que os EUA têm na política, economia e vida social da Colômbia", afirmaram as Farc.
Não estava claro se a recente mudança nas relações dos EUA com Cuba desempenhou um papel no anúncio. Washington e Havana começaram um esforço histórico para restaurar as relações diplomáticas após mais de 50 anos de hostilidade.
Aronson, um diplomata veterano que também esteve envolvido nos esforços de paz na Nicarágua e em El Salvador, disse que os EUA "não terão um lugar na mesa de negociações, mas podemos empurrar, estimular, persuadir, esclarecer e ajudar sempre que pudermos".
(Reportagem adicional de Julia Symmes Cobb, em Bogotá; e de Nelson Acosta, em Havana) 2015-02-20T232522Z_1006940001_LYNXMPEB1J0W2_RTROPTP_1_MUNDO-EUA-COLOMBIA-PAZ.JPG