Por Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Os Estados Unidos irão boicotar um tributo das Nações Unidas na quinta-feira ao presidente iraniano, Ebrahim Raisi, que morreu neste mês em uma queda de helicóptero, disse uma autoridade norte-americana.
Com 193 membros, a Assembleia Geral da ONU tradicionalmente se reúne para homenagear líderes mundiais que exerciam o posto de chefe de Estado quando morreram. O tributo contará com discursos sobre Raisi.
"Não estaremos neste evento de maneira alguma", disse à Reuters uma autoridade dos EUA, sob condição de anonimato. O boicote dos EUA ainda não havia sido noticiado.
Linha-dura visto como possível sucessor do líder supremo aiatolá Ali Khamenei, Raisi morreu quando seu helicóptero caiu, sob condições climáticas ruins, nas montanhas perto da fronteira com o Azerbaijão, em 19 de maio.
"A ONU deveria estar ao lado da população do Irã, não homenageando seu opressor durante décadas", disse a autoridade dos EUA.
"Raisi esteve envolvido em diversos e horríveis abusos de direitos humanos, incluindo assassinatos extrajudiciais de milhares de prisioneiros políticos em 1988."
"Alguns dos piores abusos de direitos humanos dos quais se tem registro, especialmente contra mulheres e garotas do Irã, aconteceram durante o seu mandato”, afirmou a autoridade.
Os Estados Unidos expressaram "condolências oficiais" pela morte de Raisi, disse o Departamento de Estado em 20 de maio. O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, também disse naquele dia: "Sem dúvida este era um homem que tinha muito sangue nas mãos".
(Reportagem de Michelle Nichols)