BEIRUTE (Reuters) - O Exército da Síria realizou um bombardeio de grande escala contra um enclave rebelde nesta segunda-feira e se preparou para a retirada de insurgentes de outro, no momento em que o presidente sírio, Bashar al-Assad, se empenha em eliminar os últimos bastiões sitiados de seus opositores.
Mas ataques com mísseis contra várias bases militares do governo no domingo --que ninguém reivindicou, apesar da especulação em Israel de que militares israelenses foram responsáveis-– sublinharam o risco de uma escalada maior no conflito de sete anos.
Mais de 140 ataques do Exército sírio atingiram a cidade de Rastan e vilarejos vizinhos no enclave rebelde, localizado entre as cidades de Hama e Homs, na manhã desta segunda-feira simultaneamente a bombardeios constantes, informou o grupo de monitoramento Observatório Sírio de Direitos Humanos.
Na semana passada, um ministro do governo sírio disse que o enclave seria o alvo seguinte do Exército depois de este retomar todas as áreas insurgente nos arredores da capital, uma meta que parece mais próxima com o recuo esperado dos rebeldes do sul de Damasco.
Apesar da posição cada vez mais forte de Assad contra seus opositores desde que a entrada da Rússia na guerra em 2015 proporcionou uma série de vitórias nos campos de batalha, o envolvimento de várias potências regionais e globais ameaça instigar ainda mais o confronto.
Ninguém assumiu a autoria dos ataques com mísseis que atingiram diversas bases próximas de Hama e Aleppo de madrugada, causando grandes explosões, e o Exército sírio só acusou uma "agressão" de seus inimigos.
Mas Israel já realizou ataques na Síria para impedir o Irã, aliado de Assad, de se fortalecer ou de transferir armas ao grupo libanês Hezbollah, e muitos especulam que o Estado judeu esteve por trás das ações.
Um porta-voz dos militares israelenses disse que não comentará reportagens estrangeiras.