Por Anton Zverev e Olena Vasina
MOSCOU/KIEV (Reuters) - O líder dos separatistas apoiados pela Rússia da região de Donetsk, no leste da Ucrânia, morreu em uma explosão em um café nesta sexta-feira, levando Moscou a acusar a Ucrânia de assassiná-lo e Kiev a atribuí-la a disputas internas dos secessionistas.
O Ministério de Relações Exteriores russo acusou a Ucrânia de matar o líder separatista Alexander Zakharchenko para tentar desencadear uma nova guerra no leste ucraniano, mas Kiev disse não ter tido nada a ver com a explosão.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou a morte como um crime "covarde" que visou desestabilizar a frágil paz regional, mas não acusou Kiev de estar por trás da ação.
Zakharchenko, que comandava a autoproclamada República Popular de Donetsk desde 2014, "sofreu ferimentos incompatíveis com a vida em resultado de uma explosão no centro de Donetsk", disse o governo separatista em um comunicado.
Os rebeldes apoiados pela Rússia depuseram o governo central ucraniano em um levante armado depois que líderes pró-Ocidente opostos a Moscou assumiram o poder na capital Kiev em 2014.
Um cessar-fogo vulnerável de mediação internacional está em vigor desde 2015, o que impede combates de larga escala, mas há episódios frequentes de troca de tiros na linha de frente entre os separatistas e forças ucranianas.
Em um telegrama de condolências divulgado pelo Kremlin, Putin louvou Zakharchenko por ser um líder popular e patriota legítimo.
"O assassinato covarde de Alexander Zakharchenko é mais uma prova: aqueles que escolheram o caminho do terror, da violência e da disseminação do medo não querem buscar uma solução política pacífica para o conflito".