Por David Chkhikvishvili
TBILISI (Reuters) - A polícia da Geórgia prendeu nesta sexta-feira o ex-presidente Mikheil Saakashvili quando o político de oposição voltou ao país, mesmo com o risco de ser preso, e pediu protestos após a eleição deste final de semana.
Saakashvili, que mora na Ucrânia e foi condenado à revelia na Geórgia em 2018, anunciou nesta semana que viajaria de volta para casa para as eleições locais de sábado para "salvar o país".
Nesta sexta-feira, ele disse em redes sociais que havia retornado à Geórgia em segredo e orientou seus apoiadores a votarem na oposição e a se reunirem no centro da capital Tbilisi, no domingo.
Inicialmente, o governo negou que ele tinha voltado, mas na noite local desta sexta-feira o primeiro-ministro Irakli Garibashvili anunciou que Saakashvili havia sido detido e encaminhado a uma instalação de detenção, relatou a agência de notícias Tass.
Mais tarde, a televisão georgiana veiculou imagens que o mostraram algemado e sorrindo enquanto era levado por dois policiais.
Garibashvili havia alertado que o político de 53 anos seria preso se voltasse. Saakashvili foi condenado por abuso de poder e acobertamento de provas em dois casos em 2018 que ele disse terem tido motivação política.
O advogado de Saakashvili repudiou sua prisão nesta sexta-feira, que qualificou de "detenção política", segundo a agência Interfax da Ucrânia.
Em um vídeo pré-gravado publicado no Facebook, Saakashvili disse aos apoiadores: "Com toda a probabilidade, estou sendo preso agora em Tbilisi, mas quero dizer a vocês que não estou com medo. Vão às eleições amanhã, votem e comemoraremos a vitória no (domingo)".
(Reportagem adicional de Gabrielle Tétrault-Farber, em Moscou)