ZURIQUE (Reuters) - A Fifa informou nesta quarta-feira que demitiu o secretário-geral Jérôme Valcke, uma das figuras mais importantes da entidade máxima do futebol mundial, devido a suposto envolvimento em esquema de corrupção para venda de ingressos da Copa do Mundo.
"O Comitê Emergencial da Fifa decidiu, em 9 de janeiro de 2016, demitir Jérôme Valcke de sua posição como secretário-geral da Fifa com efeito imediato", informou a Fifa em comunicado, sem informar a razão exata da demissão.
Valcke era um dos homens mais poderosos da Fifa e principal responsável na organização por garantir que as duas últimas edições da Copa do Mundo, na África do Sul em 2010 e no Brasil em 2014, ficassem prontas a tempo. A cobrança feita ao Brasil para acelerar os preparativos para o torneio, dizendo que o país precisava de "um chute no traseiro", teve enorme repercussão no país.
Uma investigação do conselho de ética da Fifa sobre o caso de corrupção na venda de ingressos recomendou um banimento de nove anos para o francês, ex-braço direito do presidente afastado Joseph Blatter, que foi banido do esporte por oito anos.
Na semana passada, juízes de ética da Fifa anunciaram a abertura de procedimentos formais contra Valcke, que já estava suspenso pelo comitê de ética da organização. Valcke negou no passado qualquer ato irregular.
As funções do secretário-geral serão assumidas pelo secretário-geral em exercício, Markus Kattner, informou a Fifa.
Essa é a segunda demissão de Valcke pela Fifa. Ele se juntou à organização pela primeira vez em 2003 como diretor de marketing, mas foi demitido em dezembro de 2006 por participação em negociações fracassadas de patrocínio com as companhias de cartões de crédito MasterCard e Visa.
O caso de Valcke se soma a outros escândalos de corrupção na Fifa descobertos nos últimos anos que estão sendo investigados por autoridades dos Estados Unidos e da Suíça.
No total, 41 pessoas e entidades foram indiciadas por autoridades norte-americanas por crimes de corrupção, incluindo o presidente licenciado da CBF, Marco Polo del Nero, e os ex-presidentes da entidade Ricardo Teixeira e José Maria Marin, que cumpre prisão domiciliar nos EUA.
(Reportagem de Joshua Franklin)