Por Phil Stewart e Patricia Zengerle
WASHINGTON (Reuters) - O general Mark Milley, principal autoridade militar dos Estados Unidos, defendeu nesta terça-feira conversas telefônicas com a China que levaram republicanos a pedirem sua renúncia, dizendo que visava amenizar as tensões com Pequim, e não "usurpar autoridade".
Os comentários foram a primeira defesa detalhada de Milley a respeito de suas ações desde que um livro detalhou o que classificou como telefonemas "secretos" com o general Li Zuocheng, do Exército de Libertação Popular, em 30 de outubro de 2020 e novamente em 8 de janeiro de 2021.
O livro citou as preocupações de Pequim de que o então presidente norte-americano, Donald Trump, pudesse desencadear uma guerra contra a China na iminência de uma possível derrota eleitoral e após a eleição.
Milley confirmou em linhas gerais a premissa do relato, mas refutou a ideia de que as conversas foram secretas, dizendo que foram coordenadas com o governo dos EUA.
"Sei, estou certo, de que o presidente Trump não pretendia atacar os chineses, e é minha responsabilidade direta transmitir ordens e intenção presidenciais", disse Milley ao Comitê das Forças Armadas do Senado.
"Minha mensagem novamente foi coerente: calma, firmeza, atenuação. Não atacaremos vocês."
O presidente Joe Biden apoiou Milley em meio à polêmica, dizendo que tem "grande confiança" nele.
Milley confirmou publicamente relatos de inteligência que levaram autoridades dos EUA a acreditarem que a China estava "preocupada com um ataque" norte-americano.