Por Sarah N. Lynch e Doina Chiacu
WASHINGTON (Reuters) - O Departamento de Justiça dos Estados Unidos entrou com uma ação contra o Texas, nesta segunda-feira, alegando que o Estado violou a Lei de Direitos do Voto ao criar planos de um novo desenho dos distritos que discriminam intencionalmente eleitores negros e minoritários diluindo seus votos, disse o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland.
"A ação que apresentamos hoje alega que o Texas violou a seção dois ao criar planos de redistritamento que negam ou restringem os direitos dos eleitores latinos e negros de votar por conta de sua raça, cor ou filiação a um grupo de minoria linguística", disse Garland a repórteres em uma entrevista coletiva.
Na ação apresentada, o Departamento de Justiça disse que o censo de 2020 mostrou que os latinos estão a caminho de se tornarem o maior grupo populacional do Texas, e que os eleitores latinos não brancos representam quase 40% da população do Estado.
"Logo após a divulgação dos dados do Censo de 2020, a Legislatura do Texas promulgou planos de redistritamento para a delegação do Texas para o Congresso e para a Assembleia do Texas por meio de um processo legislativo extraordinariamente rápido e sem transparência", diz a ação federal.
Já o procurador-geral do Texas, Ken Paxton, afirmou no Twitter que "o processo absurdo do Departamento de Justiça contra nosso Estado é a última manobra do governo Biden para controlar os eleitores do Texas".
"Estou confiante de que as decisões de redistritamento de nossa Legislatura serão provadas legais e esta tentativa absurda de influenciar a democracia falhará."
Durante entrevista coletiva anunciando a ação federal, a procuradora-geral associada Vanita Gupta afirmou que "estes planos de redistritamento diminuirão as oportunidades para latinos e eleitores negros no Texas elegerem os seus representantes preferenciais".
"E isso é proibido pela lei federal", acrescentou.