Por Luis Jaime Acosta
BOGOTÁ (Reuters) - Mais de 17.600 pessoas são membros dos quatro principais grupos armados e das 23 gangues com os quais o governo colombiano espera chegar a acordos de paz ou rendição, mostram dois relatórios de agências de segurança vistos pela Reuters.
Os números recém-atualizados, que não haviam sido relatados antes, são um esforço para entender a composição atual dos grupos, disseram fontes de segurança.
Os novos números são mais altos do que as estimativas oficiais anteriores, mas também são uma verificação fundamental das próprias afirmações de adesão dos grupos, que muitas vezes são infladas, disseram as fontes.
As fontes afirmaram que os relatórios, compilados pelas Forças Armadas, serão compartilhados com o presidente colombiano, Gustavo Petro, e seu ministro da Defesa em uma próxima reunião de segurança.
Petro prometeu acabar com o conflito de seis décadas na Colômbia, que já matou pelo menos 450.000 pessoas, por meio de acordos de paz ou acordos de rendição, que permitiriam que grupos criminosos recebessem penas de prisão reduzidas em troca de informações e desarmamento.
O senador e especialista em segurança Ariel Ávila, que viu números preliminares dos relatórios, disse à Reuters que era importante garantir que aqueles que recebessem os benefícios de tais acordos fossem realmente membros de grupos armados.
"Os relatórios de inteligência servem para a arte da guerra, mas em questões de paz servem para evitar penetras", disse ele.
De acordo com os relatórios, muitos dos contados como membros de grupos armados ou gangues geralmente não carregam armas, mas fazem parte de redes de apoio que fornecem suprimentos aos combatentes, transportam comunicações, compartilham inteligência ou até mesmo plantam bombas.
(Reportagem de Luis Jaime Acosta)