ATENAS (Reuters) - Autoridades da Grécia começaram a enviar centenas de imigrantes e refugiados de ônibus a acomodações em várias partes do país na quinta-feira, depois de retirá-los de um porto próximo de Atenas onde passaram semanas dormindo ao relento e causaram conflitos por causa de alimentos e carregadores de celular.
Pelo menos 51 mil refugiados e imigrantes que chegaram à Grécia a partir da Turquia e que esperam poder seguir para o norte, rumo a países como Alemanha e Áustria, estão retidos em solo grego desde que nações balcânicas fecharam suas fronteiras.
Quase seis mil pessoas, a maioria vinda da Síria, Iraque e Afeganistão, estavam no porto de Pireu na quinta-feira, disseram as autoridades. O maior porto da Grécia fica a cerca de 12 quilômetros da capital Atenas.
Até o meio da manhã pelo horário local, pelo menos quatro ônibus haviam partido para a cidade portuária de Kyllini, no oeste grego e a cerca de 280 quilômetros de Atenas, onde seus ocupantes serão abrigados em um antigo complexo turístico. Famílias inteiras começaram a se reunir nas docas, já que mais ônibus devem ser utilizados.
Outros ônibus partiram para as cidades de Ioannina e Larissa, no noroeste e no centro da Grécia.
Conforme um acordo da União Europeia com Ancara, aqueles que chegaram à Grécia saídos da Turquia depois de 20 de março serão mantidos em campos e estarão sujeitos a ser enviados de volta ao território turco assim que seus pedidos de asilo forem processados.
Desde que aportaram em Pireu depois de viajarem de barco para ilhas gregas na costa turca, a maioria dos imigrantes e refugiados na localidade vêm relutando em partir por medo de ficarem muito longe da divisa entre Grécia e Macedônia caso ela seja reaberta.
(Por Karolina Tagaris; reportagem adicional de Alkis Konstantinidis)