GAZA (Reuters) - O grupo islâmico palestino Hamas saudou neste sábado a decisão do Tribunal Penal Internacional de lançar uma investigação sobre possíveis crimes de guerra nos territórios palestinos.
Procuradores da corte internacional disseram na sexta-feira que um exame preliminar apurará "com total independência e imparcialidade" crimes que possam ter ocorrido desde 13 de junho do ano passado, abrindo um caminho para possíveis acusações contra israelenses ou palestinos.
A decisão da corte veio depois de o presidente palestino apoiado pelo Ocidente, Mahmoud Abbas, rival do Hamas, solicitar a adesão ao tribunal, contra forte oposição de Israel e dos Estados Unidos.
Fawzi Barhoum, porta-voz do Hamas, que governa a Faixa de Gaza, disse neste sábado que o grupo islâmico apreciou o movimento.
"O que é necessário agora é tomar rapidamente medidas concretas nesse sentido e estamos prontos para entregar (ao tribunal) milhares de relatórios e documentos que confirmam que o inimigo sionista cometeu crimes horríveis contra Gaza e contra o nosso povo", disse ele em um comunicado.
Israel rejeitou a decisão do tribunal como hipócrita e o Departamento de Estado dos EUA disse que era "uma trágica ironia que Israel, que tem resistido a milhares de foguetes terroristas disparados contra seus civis e seus bairros, ser agora alvo de investigação pelo Tribunal".
A data de 13 de junho permite ao tribunal examinar a guerra entre Israel e o Hamas em Gaza de julho a agosto 2014, quando mais de 2.100 palestinos e 73 israelenses foram mortos.
Os promotores vão avaliar as evidências de supostos crimes e determinar se são de gravidade e amplitude suficiente para justificar acusações contra indivíduos de ambos os lados.