Por Robin Emmott e Gabriela Baczynska
BRUXELAS (Reuters) - A executiva-chefe da União Europeia, Ursula von der Leyen, alertou a Hungria nesta quarta-feira que o país deve anular uma legislação que proíbe as escolas de usarem materiais que se acredita promoverem a homossexualidade ou enfrentarão toda a força da lei do bloco.
A legislação adotada pelo primeiro-ministro da Hungria, Victor Orbán, foi duramente criticada por líderes da UE em uma cúpula no mês passado, e o premiê holandês, Mark Rutte, pediu a Budapeste que respeite os valores de tolerância da UE ou deixe o bloco de 27 países.
"A homossexualidade é equiparada à pornografia. A legislação usa a proteção das crianças... para discriminar pessoas por causa de sua orientação sexual... é uma desgraça", disse Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, ao Parlamento Europeu em Estrasburgo.
"Nenhum tema é tão importante quanto aquele que viola nossos valores e nossa identidade", afirmou Von der Leyen a respeito do debate da lei húngara na cúpula de junho da UE, dizendo que ela se choca com a proteção de minorias e o respeito pelos direitos humanos.
Von der Leyen disse que a Hungria enfrentará toda a força da lei do bloco se não recuar, mas não deu detalhes. Tais medidas poderiam significar um veredicto do Tribunal de Justiça Europeu e o congelamento de fundos da UE para Budapeste, disseram parlamentares do bloco.
Orbán, que é o premiê da Hungria desde 2010 e enfrenta uma eleição no ano que vem, torna-se mais conservador e beligerante na defesa do que ele diz serem valores católicos tradicionais sob pressão pelo Ocidente liberal.