Por Martin Petty
BORACAY, Filipinas (Reuters) - Principal destino turístico das Filipinas, a ilha de Boracay foi tomada nesta quinta-feira por voluntários que limpavam praias quase vazias e operários cobrindo lojas com tapumes, no início de uma intervenção de seis meses decretada pelo governo para a realização de reformas com o objetivo de recuperar o local.
Pela primeira vez em anos, a praia mais famosa de Boracay estava quase deserta. Não havia nem sinal das filas de guarda-sóis e banhistas se bronzeando nem dos turistas e ambulantes que caracterizaram o crescimento explosivo e descontrolado do local, que já foi uma ilha paradisíaca e tranquila.
Boracay foi fechada oficialmente para não moradores à meia-noite de quarta-feira para passar por uma recuperação ordenada pelo presidente filipino, Rodrigo Duterte, que ficou revoltado com um vídeo de água de esgoto negra desaguando no mar de uma praia de Boracay.
A interdição deve afetar o sustento das estimadas 30 mil pessoas que dependem dos 2 milhões de visitantes anuais, mas muitos residentes acreditam que a intervenção é necessária.
"As autoridades do governo local foram muito negligentes. Elas não sabem como administrar e proteger esta ilha", disse Varril Santa, proprietário de um barco de passeio. "Seria melhor se o governo nacional pudesse administrar esta ilha. É melhor para Boracay, é melhor para o nosso amanhã".
Alguns poucos turistas remanescentes posavam para raras selfies sem multidões diante das águas azuis, que durante anos foram tomadas por barcos com luzes de neon.
Nesta quinta-feira estes barcos já haviam sido substituídos por uma embarcação da Guarda Costeira no horizonte e pequenos barcos da Marinha policiando uma zona proibida de três quilômetros.