Por Parisa Hafezi
DUBAI (Reuters) - O Judiciário do Irã condenou à morte mais três manifestantes contrários ao governo sob a acusação de "travar guerra contra Deus", noticiou a agência de notícias Mizan nesta segunda-feira, desafiando as crescentes críticas internacionais sobre sua feroz repressão aos que protestam.
O Irã enforcou dois outros homens no sábado, um deles campeão de caratê com vários títulos nacionais, em suas tentativas de reprimir as manifestações, que têm diminuído consideravelmente desde que as execuções começaram.
Segundo a Mizan, Saleh Mirhashemi, Majid Kazemi e Saeid Yaghoubi, que foram condenados por supostamente matar membros da milícia voluntária Basij durante protestos contra o governo na cidade central de Isfahan, podem apelar contra seus veredictos.
As forças Basij, ligadas à Guarda Revolucionária de elite, têm estado na linha de frente da repressão do Estado aos distúrbios provocados pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos, enquanto estava sob custódia da polícia da moral iraniana em 16 de setembro.
O papa Francisco condenou o Irã nesta segunda-feira por aplicar a pena de morte a manifestantes que exigiam maior respeito pelas mulheres.
Uma das ameaças mais ousadas à liderança clerical desde a revolução de 1979, os protestos atraíram o apoio de iranianos dos mais variados estilos de vida e desafiaram a legitimidade da República Islâmica ao pedirem a queda de seus governantes.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, sinalizou nesta segunda-feira que o Estado não tem intenção de suavizar sua posição, dizendo em um discurso televisionado que aqueles que "atearam fogo em locais públicos sem dúvida cometeram traição". Sob a lei islâmica do Irã, a traição é punível com a morte.
Ativistas de direitos humanos veem as execuções, as prisões e as duras sentenças pelo clero contra manifestantes como uma tentativa de intimidar os manifestantes e causar medo o suficiente na população para acabar com a agitação.