DUBAI (Reuters) - Um cidadão sueco-iraniano condenado à morte no Irã por acusações de espionagem para Israel será executado até 21 de maio, disse a agência de notícias semioficial Isna nesta quarta-feira, à medida que o julgamento na Suécia de uma ex-autoridade iraniana suspeita de crimes de guerra chega ao fim.
Ahmadreza Djalali, médico e pesquisador em medicina de desastres, foi preso em 2016 durante uma visita acadêmica ao Irã. O Judiciário do Irã não comentou imediatamente sobre o relato da Isna de que Djalali será executado neste mês.
"A Suécia e a UE condenam a pena de morte e exigem que Djalali seja libertado", disse a ministra das Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde, em seu Twitter. "Temos afirmado isso repetidamente aos representantes iranianos. Estamos em contato com o Irã."
O anúncio ocorreu pouco antes do término do julgamento, em Estocolmo, de Hamid Noury, ex-autoridade do Ministério Público iraniano preso pelas autoridades suecas em 2019. O veredicto deve ser anunciado em 14 de julho.
Se for considerado culpado, Noury enfrenta uma pena máxima de prisão perpétua por acusações de crimes de guerra internacionais e abusos dos direitos humanos.
Noury é acusado de desempenhar um papel de liderança no assassinato de prisioneiros políticos executados por ordem do governo na prisão de Gohardasht, em Karaj, em 1988. A Anistia Internacional estimou o número de executados em cerca de 5.000, dizendo em um relatório de 2018 que "o número real poderia ser maior".
De acordo com a lei sueca, os tribunais podem julgar cidadãos suecos e outros cidadãos por crimes contra a lei internacional cometidos no exterior.
Na segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores do Irã convocou o enviado sueco para protestar contra "as acusações infundadas e fabricadas que o promotor sueco fez contra o Irã durante o processo judicial de Noury", informou a mídia iraniana.