Por Silvia Ognibene
MARINA DI PIETRASANTA, Itália (Reuters) - O governo populista da Itália vai fazer uma "escolha histórica" entre as necessidades dos cidadãos e o que as agências de classificação de risco dizem que precisa ser feito, disse o vice-primeiro-ministro neste domingo, respondendo ao corte da perspectiva da dívida italiana pela Fitch.
Na sexta-feira, a Fitch mudou a perspectiva do terceiro maior devedor estatal do mundo para "negativo" ante "estável", citando preocupações sobre a "natureza nova" do governo e suas promessas de elevação de gastos.
O ministro da Economia, Giovanni Tria, reagiu na véspera, dizendo que a Itália iria respeitar os compromissos orçamentários com a União Europeia com escolhas políticas concretas nas semanas à frente.
Mas neste domingo o vice-primeiro-ministro, Luigi Di Maio, que também é líder do Movimento 5 Estrelas, foi menos diplomático, prometendo seguir em frente com a principal promessa de campanha de seu partido - uma renda mínima para os pobres.
"A renda universal deve começar em 2018", disse Di Maio, durante uma conferência na costa toscana. "Colocamos o financiamento no Orçamento para que ao menos 5 milhões de italianos pobres possam voltar ao trabalho."
Di Maio disse que, diferentemente dos governos anteriores, a aliança composta pelo 5 Estrelas pela Liga de extrema direita, que tomou posse em junho, responderia aos cidadãos antes das agências de classificação de risco.
"Nós não podemos pensar em ouvir as agências rating e acalmar os mercados, e então apunhalar os italianos pelas costas", disse ele. "Nós vamos sempre escolher os italianos primeiro."
O Itália deve divulgar até o fim do mês as metas de crescimento e das contas públicas, e as linhas gerais de seu Orçamento devem ser aprovadas até o fim de outubro.