Por Isla Binnie
ROMA (Reuters) - O Parlamento italiano aprovou a união civil entre pessoas do mesmo sexo e concedeu alguns direitos para casais heterossexuais não casados nesta quarta-feira, depois que o primeiro-ministro Matteo Renzi convocou um voto de confiança para forçar que o projeto virasse lei.
A Itália é o último grande país ocidental a legalmente reconhecer casais gays, e o projeto de lei original teve que ser bastante diluído devido às divisões dentro da maioria governista de Renzi.
O projeto enfrentou oposição dura de grupos católicos que disseram que ele havia ido longe demais, enquanto ativistas gays o chamaram de tímido.
Enquanto o Parlamento votava, grupos de direitos gays se reuniram do lado de fora com uma faixa que dizia: “Isso é apenas o começo”.
"Hoje é um dia de celebração no qual a Itália deu um passo adiante”, afirmou Renzi numa entrevista a uma rádio depois da aprovação.
O premiê de 41 anos prometeu priorizar a legislação para direitos gays quando assumiu o cargo em 2014, mas o projeto se mostrou um dos mais difíceis entre as várias iniciativas que ele defendia no Parlamento.
O projeto, apresentado inicialmente em 2013 ultrapassou o último obstáculo mais cedo nesta quarta com o voto de confiança na Câmara dos Deputados, que passou por 369 votos contra 193. A câmara então carimbou o projeto com uma votação final.
"Há ainda um longo caminho até uma igualdade total, mas este é um ponto de partida excelente”, declarou Gabriele Piazzoni, presidente de um grupo de direitos gays.
O projeto dá aos casais gays o direito de ter o mesmo sobrenome, ter o benefício da aposentadoria do parceiro em caso de morte e herdar bens da mesma forma que pessoas casadas.