NOVA YORK (Reuters) - A atriz vencedora do Oscar Jennifer Lawrence disse que não vai mais tentar ser "adorável" em relação ao sexismo em Hollywood e ao pagamento igualitário para mulheres.
Em um ataque sem amarras contra a diferença salarial em Hollywood, a estrela de "Jogos Vorazes" disse nesta terça-feira ter se preocupado no passado em ser rotulada como uma criança mimada ao negociar contratos para filmes. Mas homens não têm esse problema, afirmou ela em um texto para a newsletter Lenny, produzida pela roteirista e diretora do seriado "Girls", Lena Dunham.
Lawrence, de 25 anos, que de acordo com a revista Forbes foi a atriz mais bem paga do mundo no ano passado, com estimados 52 milhões de dólares em rendimentos provenientes de filmes e publicidade, descobriu através de e-mails da Sony Pictures vazados no ano passado que ela recebeu milhões de dólares a menos do que qualquer um de seus três coprotagonistas homens no filme "Trapaça", de 2013.
"Quando houve a invasão da Sony, e eu descobri o quanto fui paga a menos do que aqueles sortudos portadores de p., eu não fiquei com raiva da Sony. Eu fiquei com raiva de mim mesma. Falhei como negociadora por ter desistido muito cedo", escreveu ela.
A atriz, que ganhou um Oscar em 2013 por sua atuação em "O Lado Bom da Vida", disse que não quis passar a impressão de ser difícil ou mimada à época, "até que vi a folha de pagamento na Internet e me dei conta de que todos os homens com os quais eu estava trabalhando definitivamente não se preocupavam em ser ‘difíceis' ou ‘mimados'."
Enquanto Jennifer é provavelmente a atriz mais bem paga de Hollywood – graças sobretudo à franquia de filmes blockbusters "Jogos Vorazes" – ela não chega nem perto dos estimados 80 milhões de dólares recebidos por Robert Downey Jr. pela atuação em "Homem de Ferro", de acordo com a Forbes.
Mas o mordaz artigo publicado nesta terça sob o título "Por que esses caras ganham mais que eu?" reflete uma atitude mais combativa das principais estrelas femininas de Hollywood.