(Reuters) - Um juiz federal do Estado norte-americano da Pensilvânia analisava nesta quarta-feira argumentos de republicanos que querem impedir um condado do subúrbio da Filadélfia de contar votos enviados pelo correio que os eleitores tiveram permissão de corrigir.
O juiz distrital Timothy Savage recebeu com ceticismo os argumentos do advogado dos requerentes, que advogados das autoridades eleitorais do condado de Montgomery e o Comitê Nacional Democrata disseram poder tirar dos eleitores o direito ao voto.
A decisão poderia ter implicações para a corrida presidencial entre o presidente republicano, Donald Trump, e seu rival democrata, Joe Biden.
Os resultados de vários Estados ainda não estão claros, e a Pensilvânia é um Estado crucial agora que os votos pelo correio estão sendo tabulados. Trump apareceu na Casa Branca na manhã desta quarta-feira para declarar vitória falsamente e fazer alegações infundadas de fraude eleitoral.
A ação civil da Pensilvânia foi apresentada por Kathy Barnette, comentarista política conservadora que projeções mostram estar perdendo a disputa por um assento na Câmara do 4º distrito congressual do Estado, e Clay Breece, presidente do Comitê Republicano do condado de Berks.
Eles acusaram as autoridades eleitorais do condado de Montgomery de terem "pré-analisado" cédulas ilegalmente em busca de erros e permitido que eleitores as corrigissem, e pediram uma liminar para suspender a contagem de tais votos.
Thomas Breth, um advogado dos requerentes, comparou o caso à eleição de 2000, quando a Suprema Corte arbitrou o caso Bush x Gore desencadeado por uma disputa sobre a contagem de votos na Flórida a favor do republicano George W. Bush.
"Dói para as pessoas mencionar Bush Gore, mas esta é a análise que se aplica", disse Breth.
"Isto está criando a mesma situação que a Flórida criou em 2000", com "todos aqueles condados diferentes tratando cédulas de maneiras não-uniformes. Existe um argumento forte de que se está votando duas vezes."
Mas Savage questionou Breth no tocante à justiça de se impedir os eleitores de corrigir erros em suas cédulas.
"Então o que acontece com o meu voto?", perguntou o juiz.
Breth disse que ele "pode ser anulado".
"Mas eu nunca tive a oportunidade" de corrigi-lo, disse Savage. "Estou perdendo meu voto."
As autoridades eleitorais replicaram que não houve violação da proteção igual da 14ª Emenda, e acusaram os requerentes de apresentarem uma ação civil de última hora para minar o direito ao voto dos eleitores.
(Por Jonathan Stempel em Nova York e Tom Hals em Wilmington)