NIAMEY (Reuters) - A junta do Níger informou na noite de quinta-feira que 400 soldados franceses baseados na cidade de Ouallam, no sudoeste do país, serão os primeiros a deixar o país, em uma retirada que está causando um novo golpe para a influência da França na conturbada região do Sahel.
A saída das forças francesas do Níger foi uma das principais exigências dos oficiais militares que tomaram o poder em julho -- um de uma série de golpes recentes no Sahel que remodelou drasticamente a batalha de uma década contra insurgentes ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico.
Inicialmente, a França resistiu, recusando-se a aceitar a legitimidade da junta. Mas, no mês passado, o presidente francês, Emmanuel Macron, decidiu encerrar a cooperação militar com o Níger e retirar todos os 1.500 soldados franceses do país, deixando uma lacuna nos esforços ocidentais para combater a insurgência.
A cidade de Ouallam está na linha de frente da crise de segurança do Níger e abriga milhares de pessoas deslocadas de aldeias vizinhas após anos de ataques de grupos armados.
"Os 400 soldados franceses baseados em Ouallam serão os primeiros a fazer as malas e partir", disse a junta em uma declaração lida na rádio nacional.
A junta também disse que uma base aérea na capital Niamey, onde a maioria dos soldados franceses está estacionada, seria desmontada até o final do ano.
Não houve nenhum comentário imediato da França, cuja influência sobre suas ex-colônias africanas diminuiu nos últimos três anos, uma vez que os líderes golpistas de Mali, Burkina Faso e Níger cortaram os laços em meio a uma onda de sentimento antifrancês.
A França disse na quinta-feira que a retirada do Níger começará nesta semana e será concluída até o final do ano, mas não forneceu mais detalhes.
(Por Abdel-Kader Mazou; reportagem adicional de Benoit Van Overstraeten)