LIMA (Reuters) - Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori e líder da oposição no Peru, foi presa nesta quarta-feira, parte de uma investigação de alegações de lavagem de dinheiro.
Keiko foi detida ao chegar à Procuradoria-Geral para depor no caso desencadeado pela Lei do Crime Organizado do país, segundo um documento oficial visto pela Reuters.
De acordo com o documento, Keiko recebeu "contribuições ilícitas por atos de corrupção do grupo empresarial brasileiro Odebrecht".
Sua advogada, Giuliana Loza, disse à rádio local que a decisão de prender sua cliente foi "abusiva e arbitrária".
"Não existe um pingo de prova contra ela", afirmou ela, acrescentando que Keiko será detida por 10 dias, junto com outras 19 pessoas, incluindo dois ex-ministros do governo de seu pai.
Keiko lidera o poderoso partido opositor conservador Força Popular, que tem maioria no Congresso e foi crucial para ajudar a derrubar o ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski em meio a um escândalo de corrupção em março.
Na semana passada um perdão concedido por Kuczynski Fujimori pai foi anulado.
Após sua extradição ao Peru em 2007, Alberto Fujimori foi condenado a 25 anos de prisão por comandar esquadrões da morte que massacraram civis durante uma campanha de contrainsurgência de seu governo de direita. Mais tarde ele ainda foi condenado por corrupção.
Os problemas legais de Keiko podem ajudar o presidente Martín Vizcarra, que ameaçou dissolver o Congresso no mês passado para forçar a oposição a aprovar suas propostas de reforma judicial e política.
Candidata presidencial derrotada duas vezes, Keiko comanda a Força Popular desde que seu pai foi preso em 2007.
(Por Marco Aquino, Ana Maria Espinoza e Mitra Taj)