MOSCOU (Reuters) - O Kremlin fez um apelo nesta segunda-feira à comunidade internacional para pressionar a Ucrânia a reduzir a tensão militar na usina nuclear de Zaporizhzhia, acusando Kiev de colocar em perigo a Europa antes de uma visita de representantes da agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) às instalações.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse anteriormente na segunda-feira que inspecionaria a usina esta semana e que uma equipe da agência estava a caminho da instalação, que se tornou o foco da preocupação internacional com a Ucrânia e a Rússia, acusando-se mutuamente de pôr em risco sua segurança.
A instalação, a maior usina nuclear da Europa, é operada por pessoal ucraniano e conectada à rede elétrica da Ucrânia. As forças russas assumiram o controle das instalações no início de março como parte do que Moscou chama de sua "operação militar especial" na Ucrânia.
Tanto a Rússia quanto a Ucrânia negaram ter bombardeado a usina de Zaporizhzhia nas últimas semanas, enquanto cada uma acusava a outra de fazer isso.
"A pressão do lado ucraniano para parar de bombardear pode reduzir a tensão militar", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em uma teleconferência com repórteres quando perguntado o que Moscou gostaria de ver feito para desescalar a situação na usina elétrica.
"Todos os países são obrigados a pressionar a Ucrânia para que ela deixe de expor o continente europeu ao perigo", acrescentou ele.
Peskov disse que Moscou saúda a próxima missão da AIEA e está pronto para cooperar com a agência.
Entretanto, ele disse que a Rússia não discute a possibilidade de criar uma zona desmilitarizada na região da usina --algo que os Estados Unidos apelaram para que Moscou fizesse.
(Reportagem da Reuters)