SANAMXAI, Laos (Reuters) - Soldados buscavam sobreviventes no sul do Laos nesta quinta-feira, três dias depois que o rompimento da represa de uma hidrelétrica lançou uma avalanche de água sobre plantações e vilarejos, e agentes de resgate levavam ajuda a milhares de desabrigados.
A escala do desastre ainda é incerta, em parte devido à inacessibilidade da área, mas também porque relatos da mídia estatal do país comunista têm sido esporádicos e vagos.
A agência de notícias estatal do Laos disse que 27 mortes foram confirmadas e que 131 pessoas estão desaparecidas desde o colapso da represa, uma estrutura subsidiária ainda em construção que é parte de um projeto hidrelétrico, na segunda-feira.
Na quarta-feira, o jornal Vientiane Times reportou que mais de 3 mil pessoas aguardavam resgate.
Mas, nesta quinta-feira, o jornal citou o primeiro-ministro do país, Thongloun Sisoulith, dizendo que só uma pessoa foi encontrada morta e que todos que buscaram refúgio em árvores e telhados de casas submersas foram salvos.
"Seu comentário corrigiu informações equivocadas divulgadas por muitos veículos de mídia que relataram mais mortes", disse o jornal, acrescentando que 3.060 pessoas perderam as casas no desastre.
Relatório da ONU sobre a situação disse que estradas e pontes foram danificadas e que oito vilarejos foram atingidos por enchentes depois do rompimento da represa na província de Attapeu. O documento disse, ainda, que barcos e helicópteros eram os únicos meios de transporte nas áreas afetadas.
O Laos, um dos países mais pobres da região, almeja se tornar a "bateria da Ásia" através da construção de diversas hidrelétricas.
Seu governo depende quase inteiramente de empreiteiras estrangeiras para construí-las por meio de concessões comerciais que envolvem a exportação de eletricidade para vizinhos mais desenvolvidos, como a Tailândia.
O Laos já finalizou 11 represas, disse o grupo tailandês não-governamental Terra, com outras onze em construção e dezenas planejadas.
(Reportagem de John Chalmers)