Por Luke Baker
PARIS (Reuters) - Emmanuel Macron, que aos 39 anos levou juventude e vigor à Presidência da França, também está ganhando a reputação de usar uma linguagem afiada e às vezes inadequada.
Durante uma visita a uma empresa em dificuldades no sudoeste francês na quarta-feira, Macron foi filmado discutindo sobre confrontos entre polícia e trabalhadores que protestavam contra suas políticas econômicas do lado de fora.
"Em vez de criar uma confusão danada, alguns deles fariam melhor indo ver se conseguem um emprego lá", disse Macron, referindo-se a uma fábrica de alumínio próxima que luta para encontrar funcionários. "Alguns deles têm qualificação para fazê-lo", disse. E acrescentou: "Não é tão longe para eles irem."
Os comentários provocaram reações em canais de televisão e no Twitter, e representantes de extrema-esquerda e extrema-direita fizeram a festa, determinados a retratar Macron, um ex-banqueiro de investimentos, como alguém desconectado das pessoas comuns e como presidente dos ricos.
Florian Philippot, até recentemente o número dois do partido de extrema-direita Frente Nacional, argumentou que Macron tem "desprezo" pelos trabalhadores franceses de renda mais baixa.
Uma acusação semelhante foi feita por Clémentine Autain, parlamentar do partido de extrema-esquerda França Insubmissa.
"Isso mostra um grande preconceito de classe", disse. "Ele não para de fazer comentários injustos visando as massas."
O novo porta-voz de Macron, o ex-jornalista Bruno Roger-Petit, logo postou o vídeo completo da discussão no Twitter, dizendo que alguns veículos de imprensa e opositores estão circulando trechos que fazem o presidente parecer pior.