Por Alexandria Sage e Sharon Bernstein
LAS VEGAS (Reuters) - O principal lobby de armas dos Estados Unidos, que raras vezes apoiou medidas para controlar armas de fogo no país, expressou disposição de apoiar uma restrição ao acessório de fuzil que permitiu que um atirador alvejasse uma multidão em Las Vegas com longas sequências de tiros como se usasse uma arma automática.
A polícia disse que o atirador Stephen Paddock equipou 12 de suas armas com os chamados mecanismos "bump stock", que permitem que fuzis semiautomáticos funcionem de maneira semelhante a metralhadoras automáticas -- ilegais nos Estados Unidos.
As autoridades disseram que o fato de Paddock ter conseguido disparar centenas de balas por minuto durante 10 minutos do 32º andar de sua suíte de hotel influenciou muito o número alto de vítimas -- 58 mortos e centenas de feridos. O agressor, de 64 anos, se matou antes de a polícia invadir sua suíte.
A carnificina da noite de domingo perto do hotel Mandalay Bay foi o pior ataque a tiros da história moderna dos EUA, com um saldo de mortes que ultrapassou as 49 de um clube noturno gay de Orlando, na Flórida, no ano passado.
A influente Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), que se opôs firmemente a leis para endurecer as leis de controle de armas após o massacre de Orlando e outros, disse na quinta-feira que os "bump stocks", que são legais, "deveriam ser submetidos a regulamentações adicionais".
"O controle de armas é uma política fracassada. Nós a experimentamos e é seguro dizer que ela não mantém as pessoas seguras", disse Chris Cox, diretor-executivo do Instituto para Ação Legislativa da NRA, à Fox News, na quinta-feira.
"É preciso haver uma conversa honesta sobre soluções que funcionem, e uma destas soluções é fazer com que a Segunda Emenda seja apoiada e defendida".
Os democratas estão clamando por uma nova legislação, já que o ataque a tiros ressuscitou um debate já antigo no país sobre a regulamentação da posse de armas, protegida pela Segunda Emenda da Constituição norte-americana.
A NRA pediu que o Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos trate dos bump stocks por meio de uma regulamentação, ao invés de encaminhar a questão ao processo legislativo.
Republicanos veteranos também sinalizaram que estão dispostos a abordar a venda dos mecanismos, que defensores do controle de armas veem como uma forma de contornar as proibições a metralhadoras.
(Reportagem adicional de Susan Heavey, Richard Cowan, Doina Chiacu, Amanda Becker e Jeff Mason, em Washington; Chris Kenning, em Chicago; Karen Freifeld e Jonathan Allen, em Nova York; Keith Coffman, em Denver; e Brendan O'Brien, em Milwaukee)