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Por Andrei Makhovsky
MINSK (Reuters) - Ignorando os apelos pelo fim de seus 26 anos no poder, o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, tomou posse para seu sexto mandato nesta quarta-feira após uma eleição que a oposição e vários governos estrangeiros dizem ter sido fraudada.
Normalmente, a cerimônia seria divulgada como uma grande ocasião de Estado, mas acabou sendo realizada sem aviso depois de Lukashenko alegar uma vitória folgada na eleição de 9 de agosto.
A oposição, que realiza protestos em massa para exigir sua renúncia há mais de seis semanas, considerou a posse ilegítima e pediu mais manifestações para a noite desta quarta-feira.
Os Estados Unidos e a União Europeia estão elaborando sanções contra autoridades envolvidas na votação e em uma repressão subsequente das forças de segurança.
A agência de notícias oficial Belta disse que Lukashenko pousou a mão direita em uma cópia da Constituição e fez o juramento de posse em uma cerimônia acompanhada por várias centenas de pessoas.
O líder de 66 anos disse que o país precisa de segurança e consenso "à beira de uma crise global", uma referência aparente à pandemia de Covid-19.
"Não posso, não tenho direito de abandonar os bielorrussos", disse.
Manifestantes portando bandeiras vermelhas e brancas da oposição começaram a se reunir em grupos pequenos na capital, inclusive diante de ao menos três universidades, como mostraram imagens da mídia local. Clamores por protestos em massa de noite circularam nas redes sociais.
Alguns bradavam "Sasha, saia, vamos parabenizá-lo", uma referência ao diminutivo do primeiro nome de Lukashenko.
Misnk foi tomada por rumores de que o líder, que governa desde 1994, estava preparando uma cerimônia de posse antecipada quando uma comitiva atravessou o centro da capital na manhã desta quarta-feira.
Pavel Latushko, um político opositor, disse que a posse foi como um "encontro de ladrões" realizado em segredo e pediu "uma ação de desobediência civil por tempo indeterminado".
A Alemanha reiterou que não reconhece Lukashenko como presidente e pediu que a UE aprove sanções o mais cedo possível.
O ministro das Relações Exteriores da Lituânia tuitou: "Que farsa. Esqueçam as eleições... sua ilegitimidade é um fato, com todas as consequências que isto acarreta".
(Reportagem adicional de Matthias Williams e Andrius Sytas)
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