Por Alexander Tanas
CHISINAU (Reuters) - O ex-presidente da Romênia Traian Basescu se juntou a mais de 10 mil pessoas na capital da Moldávia neste domingo para um ato em apoio à reunificação dos países.
A união entre a Romênia, estado membro da UE, e seu vizinho ao nordeste parece improvável, mas a questão ressalta uma divisão na Moldávia entre facções políticas pró-ocidente e apoiadas por Moscou que disputarão as eleições em novembro.
O país que hoje é a Moldávia foi parte da Rússia czarista durante o século 19 e conhecido como Bessarabia. Depois da primeira guerra mundial integrou o que era conhecido como a Grande Romênia, mas foi anexado à União Soviética em 1940. Quando o bloco socialista se dissolveu em 1991, o país se tornou independente como Moldávia.
A Moldávia hoje é dividida entre uma maioria de língua romena e a região separatista da Transnistria, que é apoiada pela Rússia em uma série de "conflitos congelados" que mantêm regiões separatistas em diversas ex-repúblicas soviéticas sobre a influência de Moscou.
"Pedimos que deputados dos parlamentos moldavo e romeno votem num futuro próximo pela unificação", disse Basescu na manifestação, que foi planejada para coincidir com o centésimo aniversário da unificação da Moldávia à Grande Romênia. Não houve uma resposta oficial do governo romeno.
A manifestação foi pacífica embora a polícia tenha dito que deteve 21 pessoas que queriam atrapalhar o ato, apreendendo máscaras de gás, máscaras, e facas.
O governo moldavo, que busca laços mais próximos com a União Europeia e os Estados Unidos, costuma bater de frente com o presidente pró-Rússia Igor Dodon, que quer ligações mais próxima com Moscou, buscando uma união de costumes liderada pelos russos.
Se seu partido Socialista vencer as eleições de 2018, Dodon já sugeriu passar uma lei para banir organizações unionistas que são vistas como prejudiciais à integridade do Estado. Dodon pediu que aqueles que se oponham à unificação não façam um protesto rival no domingo.
"Eu peço a todos os patriotas e estadistas que não marchem contra os unionistas no dia 25 de março. Não devemos dar mais razões para manifestações e provocações", disse Dodon.
(Reportagem adicional de Radu Marinas em Bucareste)