TRÍPOLI (Reuters) - Mais de 100 imigrantes morreram no início de setembro quando seus barcos infláveis superlotados naufragaram no litoral da Líbia, disseram sobreviventes nesta segunda-feira, segundo a agência Médicos Sem Fronteiras (MSF).
As duas embarcações haviam zarpado da costa líbia na manhã de 1º de setembro, cada uma com dezenas de pessoas, a maioria africanas, disse MSF em um comunicado publicado em seu site.
O motor de uma delas quebrou no final daquele dia e a segunda começou a desinflar, disse um sobrevivente à entidade. Alguns sobreviveram se agarrando a destroços que flutuaram.
Um dos sobreviventes disse à MSF que "socorristas europeus" apareceram em aeronaves e atiraram botes salva-vidas, mas os imigrantes permaneceram na água durante horas.
"Em nosso barco só 55 pessoas sobreviveram. Muitas pessoas morreram, inclusive famílias e crianças. Elas poderiam ter sido salvas se os socorristas tivessem chegado antes", afirmou o sobrevivente não identificado, de acordo com MSF.
Sudaneses, malineses, camaroneses, ganenses, líbios, argelinos e egípcios estavam entre os passageiros das embarcações avariadas.
Muitos sobreviventes foram levados pela Guarda Costeira líbia ao porto líbio de Khoms no dia 2 de setembro, disse a MSF, acrescentando que eles enfrentarão novos sofrimentos na Líbia.
"Muitos dos sobreviventes estão chorando a perda de seus familiares", disse o MSF. "Ao invés de receberem o apoio que precisam, refugiados e imigrantes são presos e detidos em condições de vida deploráveis, sem salvaguardas básicas ou assistência legal".
"MSF reitera seu pedido pelo fim da detenção arbitrária de milhares de refugiados e migrantes em toda a Líbia".
(Por Andrew Roche)