Dados da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos mostram que mais de 850 mil cubanos migraram para o país norte-americano desde 2022. Autoridades afirmam se tratar do maior êxodo migratório da história da ilha caribenha, segundo reportagem do El País.
A migração se dá sob um contexto de instabilidades econômicas e sociais em Cuba. O país enfrenta cortes constantes de energia, escassez de água, de alimentos e de medicamentos, repressão política, queda no turismo por causa da pandemia da covid, sanções dos Estados Unidos e diminuição do apoio de parceiros comerciais importantes, como Venezuela e México.
Os números ainda podem ser maiores. Isso porque a agência norte-americana não inclui nos dados os imigrantes beneficiados pelo parole humanitário, que permite indivíduos vulneráveis ficarem nos Estados Unidos temporariamente em contextos de crises humanitárias.
A ilha, que contabiliza cerca de 11 milhões de habitantes, enfrenta um “vazio demográfico”, de acordo com o economista e demógrafo cubano Juan Carlos Albizu-Campos.
Segundo o especialista, Cuba teria 8,62 milhões de habitantes, contrariando as estatísticas oficiais. Albizu-Campos cita a combinação do êxodo migratório com uma queda significativa no número de nascimentos e um aumento na mortalidade.