Por Wojciech Zurawski e Andreas Rinke
OSWIECIM, Polônia (Reuters) - Angela Merkel fez sua primeira visita ao Memorial Auschwitz-Birkenau, nesta sexta-feira, depois de 14 anos como chanceler alemã, levando uma doação de 60 milhões de euros para ajudar a conservar o local onde os nazistas montaram seu maior campo de extermínio.
Juntamente com o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, Merkel aparentava austeridade ao visitar o crematório do campo em que os corpos das vítimas eram incinerados, antes de atravessar o portão de ferro com o lema "Arbeit macht frei" (O Trabalho Liberta) e conhecer as acomodações de tijolo do campo.
Durante seu governo, Merkel não se furtou de admitir a responsabilidade da Alemanha por suas atrocidades na Segunda Guerra Mundial, mas sua visita mostra que ela segue os passos de chanceleres anteriores ao comparecer às instalações antes do final de seu mandato.
"Auschwitz é um museu, mas também é o maior cemitério do mundo... (a lembrança) é a chave para construir o presente e o futuro", disse o diretor do museu, Piotr Cywinski, à Reuters antes da visita de Merkel a convite da Fundação Auschwitz.
Merkel anunciará a doação, metade da qual vem do governo federal da Alemanha e metade de governos regionais, em uma cerimônia que marcará o 10º aniversário da Fundação Auschwitz-Birkenau.
O dinheiro consolidará o lugar da Alemanha como maior doadora da fundação, que financia os esforços de conservação do local onde mais de um milhão de pessoas morreu no que então era a Polônia sob ocupação nazista.
O governo da Polônia é um dos maiores apoiadores financeiros do museu de Auschwitz como um todo, tendo arcado com mais de 20% de seu orçamento só em 2018.
Mais de 3 milhões dos 3,2 milhões de judeus poloneses foram mortos no Holocausto, cerca de metade do número total de judeus mortos durante a Segunda Guerra Mundial.
(Reportagem adicional de Joanna Plucinska, Pawel Florkiewicz e Justyna Pawlak)