VARSÓVIA (Reuters) - O vocalista dos Rolling Stones, Mick Jagger, criticou a reforma do judiciário realizada pelo governo polonês durante show em Varsóvia no domingo, se juntando a uma série de críticos que dizem que as mudanças prejudicam a democracia.
A apresentação coincidiu com a adoção de novas leis que forçam todos os juizes com 65 anos ou mais --incluindo a presidente da Suprema Corte polonesa, Malgorzata Gersdorf--a se aposentar.
A legislação faz parte de uma ampla reforma que o partido governista Lei e Justiça (PiS) diz ser necessária para livrar a Polônia de seu persistente legado comunista.
"Sou velho demais para ser um juiz", disse Jagger, de 74 anos, em polonês ao público no estádio nacional de futebol de Varsóvia. "Mas sou jovem o bastante para cantar".
A União Europeia, grupos de direitos humanos, entidades internacionais e a oposição interna criticaram as mudanças, dizendo que elas comprometem a independência das cortes e aumentam a influência dos políticos.
A Polônia rompeu com o comunismo em 1989, deixando o sistema soviético imposto após a Segunda Guerra Mundial, meses antes da queda do Muro de Berlim.
O país entrou na União Europeia em 2004, se tornando o maior membro ex-comunista do bloco e um exemplo da transição democrática pacífica no leste da Europa, mas sua disputa com a UE sobre as mudanças no judiciário e outras reformas têm prejudicado sua reputação.
(Reportagem de Gabriela Baczynska)