Por Brian Love
PARIS (Reuters) - A ministra da Justiça da França, Christiane Taubira, uma esquerdista que frequentemente divergiu do governo, pediu demissão nesta quarta-feira, tornando-se uma vítima da guinada à direita do presidente da França, François Hollande, por conta de temas da segurança nacional.
Taubira manifestou profunda reserva em relação à reforma constitucional que permitirá que alguns condenados por terrorismo tenham cassada a cidadania francesa. O Parlamento começou a analisar o texto da medida nesta quarta.
"Estou deixando o governo devido a uma séria divergência política", disse ela em entrevista coletiva. Em sua conta no Twitter, Taubira escreveu: "Às vezes você fica em um lugar para resistir. Às vezes resistir significa sair."
O gabinete de Hollande informou que Taubira será substituída por Jean-Jacques Urvoas, apontado como alguém que apoia mais Hollande e o primeiro-ministro Manuel Valls.
Nascida na Guiana Francesa em 2 de fevereiro de 1952, Taubira é bem conhecida por patrocinar uma lei no Parlamento para legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo na França.
Embora o papel desempenhado por ela nesta grande mudança na política social seja reconhecido, ela era frequentemente acusada de defender uma abordagem mais branda nas questões de lei e de ordem do que outros no governo. Essa posição tornou-se mais problemática após os ataques realizados pelo Estado Islâmico em Paris no dia 13 de novembro do ano passado e na repressão promovida pelas autoridades de segurança que se seguiu.