KIEV (Reuters) - O novo procurador-geral da Ucrânia disse nesta sexta-feira que não tem ciência de qualquer indício de irregularidade cometida por Hunter Biden, filho do ex-vice-presidente norte-americano Joe Biden, e que nenhum advogado estrangeiro o procurou para tratar do caso.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, durante um telefonema de 25 de julho para que este investigasse Biden e seu filho, Hunter, que foi remunerado por uma empresa de gás da Ucrânia.
A conversa provocou um inquérito de impeachment que analisa se Trump buscou uma vantagem política pessoal pressionando por uma investigação de um de seus principais rivais políticos no exterior.
"Não tenho tal informação", disse o procurador-geral, Ruslan Ryaboshapka, à Reuters ao ser indagado se possui indício de alguma irregularidade cometida por Hunter Biden.
Perguntado se o advogado pessoal de Trump, Rudolph Giuliani, o procurou, Ryaboshapka disse aos repórteres em uma coletiva de imprensa que nenhum estrangeiro fez contato com seu escritório.
Ryaboshapka tomou posse no final de agosto e disse que a procuradoria-geral está revisando casos criminais abertos por seu antecessor, inclusive alguns que podem ter relação com a empresa de gás ucraniana Burisma.
Na quinta-feira, Trump voltou a convidar uma interferência estrangeira em uma eleição presidencial dos EUA pedindo publicamente à China que investigue Joe Biden.
O presidente republicano disse acreditar que tanto a China quanto a Ucrânia deveriam analisar o pré-candidato democrata à disputa de 2020 e seu filho, e descreveu o inquérito de impeachment como "lixo".
(Por Maria Tsvetkova e Pavel Polityuk)