CAIRO (Reuters) - Os Estados Unidos e outras potências ocidentais expressaram nesta sexta-feira grande preocupação com a nomeação de um novo conselho de governo do Sudão por parte do general que liderou o golpe de Estado do mês passado, dizendo que ela complica os esforços para restaurar uma transição para a democracia.
O general Abdel Fattah al-Burhan foi empossado na quinta-feira como chefe do novo Conselho Soberano, que substitui o organismo de partilha de poder que ele dissolveu em outubro, uma insurreição que descarrilou a transição do Sudão que visava um comando civil.
O comandante da poderosa unidade paramilitar Forças Rápidas de Apoio do Sudão, Mohamed Hamdan Dagalo, tomou posse como vice-chefe do conselho, noticiou a televisão sudanesa.
A ação dos militares minou seu compromisso de manter arranjos de transição que exigem que membros civis do conselho sejam nomeados pelas Forças pela Liberdade e a Mudança (FFC), uma coalizão política que dividia o poder com o Exército desde 2019, disseram EUA, Reino Unido, Noruega, União Europeia e Suíça em um comunicado.
Ela "complica os esforços para colocar a transição democrática do Sudão de volta aos trilhos", disse o texto, acrescentando que a ação é "uma violação" de um acordo que delineia a transição.
O novo conselho de 14 membros inclui civis que representam as regiões do Sudão, mas nenhum das FFC, na prática dissolvendo a parceria para a transição. Um membro ainda não foi nomeado.
(Por Nafisa Eltahir e Lilian Wagdy no Cairo, Stephanie Nebehay em Genebra e Christian Lowe em Paris)