Por Vivian Sequera e Sarah Kinosian
CARACAS (Reuters) - A oposição venezuelana, liderada por Juan Guaidó, concluiu no sábado uma "consulta popular" para repudiar o governo do presidente Nicolás Maduro, após boicote à votação no Congresso no domingo passado.
A consulta começou virtualmente na segunda-feira e terminou com participação presencial. Com 87% das respostas analisadas, a oposição disse que pouco menos de 6,5 milhões de pessoas participaram. Destes, mais de 3 milhões votaram pessoalmente e 2,4 milhões online. Cerca de 845 mil venezuelanos no exterior participaram, segundo a oposição.
O esforço teve como objetivo ajudar a oposição a demonstrar quão ampla é a rejeição a Maduro, mas não oferece um caminho claro para uma mudança de governo.
As eleições legislativas devolveram os aliados de Maduro ao Congresso, apesar de uma economia em ruínas, em meio a agressivas sanções dos EUA que sufocam as exportações de petróleo do país membro da organização OPEP e a imigração de cerca de 5 milhões de cidadãos.
O governo de Maduro disse que 5,2 milhões de venezuelanos votaram na eleição legislativa.
O Congresso era a última instituição estatal que não estava nas mãos do Partido Socialista, que comanda o país.
A ideia de uma consulta popular foi proposta em agosto por Guaidó, que é reconhecido por dezenas de países como o presidente legítimo da Venezuela após a contestada reeleição de Maduro em 2018.
Os líderes da oposição e a maioria dos países ocidentais disseram que a eleição foi montada para favorecer Maduro, amplamente criticado por seu histórico de direitos humanos e por minar a democracia para permanecer no poder.
Na quinta-feira, Maduro disse que "nenhuma consulta pela internet tem status constitucional... Ninguém deve pensar que uma consulta pela internet tem valor legal".