Por Robin Emmott
BRUXELAS (Reuters) - A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) está cogitando uma cúpula em março em Bruxelas para dar as boas-vindas ao novo presidente dos Estados Unidos se o candidato democrata Joe Biden vencer o pleito, disseram diplomatas e autoridades, e uma reunião no primeiro semestre do ano que vem se Donald Trump se reeleger.
Embora a aliança liderada pelos EUA tenha combinado no ano passado realizar uma cúpula em 2021, um encontro na primavera setentrional seria uma chance precoce de restaurar os laços transatlânticos caso Biden conquiste a Casa Branca no dia 3 de novembro depois de quatro anos desastrosos com Trump.
Trump disse que a aliança ocidental está "obsoleta" e que alguns aliados são "delinquentes", além de fazer a ameaça velada de retirar seu país da entidade em julho de 2018.
Biden, que lidera as pesquisas de opinião nacionalmente, é visto na Europa como alguém que desviará a política norte-americana da pauta da "América Primeiro" de Trump, que minou as prioridades europeias em temas que vão do clima ao acordo nuclear iraniano.
"A maioria dos aliados quer uma vitória de Biden no mês que vem, mas obviamente trabalharia com o governo de um Trump reeleito", disse um diplomata na sede da Otan em Bruxelas.
Uma cúpula em março "daria a Biden uma plataforma para reaproximar a Europa da América do Norte, e também daria à Otan uma chance de deixar a era Trump para trás", disse um segundo diplomata.
Duas autoridades ecoaram esta colocação. Elas e os dois diplomatas ainda disseram que, se Trump for reeleito, a Otan buscaria realizar uma cúpula no início do verão, mas que haveria menos urgência porque ele já compareceu a outras cúpulas da entidade e se acredita que sua posição deve endurecer.