ISLAMABAD (Reuters) - O Paquistão chegou a um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre um pacote de resgate de 6 bilhões de dólares, com duração de três anos, destinado a reforçar as finanças públicas e fortalecer a economia, disseram autoridades neste domingo.
O ministro das Finanças do Paquistão, Hafeez Shaikh, disse à TV PTV que espera que o acordo, que ainda precisa ser aprovado pelo conselho do FMI em Washington, seja o último para o Paquistão, que tem repetido resgates nas últimas três décadas.
"O Paquistão está enfrentando um ambiente econômico desafiador, com crescimento fraco, inflação elevada, alto endividamento e uma posição externa fraca", disse o FMI em um comunicado destacando a estrutura de um acordo fechado após meses de negociações.
O governo do primeiro-ministro Imran Khan chegou ao poder no ano passado relutante em buscar o que agora é esperado para ser o 13º resgate do FMI desde o final dos anos 1980.
Herdando uma economia com orçamentos escassos e déficits em conta corrente, seu governo inicialmente buscou bilhões de dólares em financiamento de países amigos, incluindo China, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Mas com a inflação subindo para mais de 8 por cento, a rupia paquistanesa perdendo um terço de seu valor no ano passado e as reservas cambiais mal suficientes para cobrir mais de dois meses de exportações, o governo foi forçado a recorrer ao FMI.
O pacote incluirá "uma agenda ambiciosa de reformas estruturais" para impulsionar o crescimento, que o FMI vê desacelerar para 2,9 por cento este ano, ante 5,2 por cento no ano passado.
Também prevê reformas tributárias para melhorar as finanças públicas e reduzir a dívida pública, bem como um "plano abrangente de recuperação de custos" nos setores de energia, onde a acumulação de atrasos de dívidas agiu como um dreno crescente dos recursos do governo.
O orçamento para o próximo ano fiscal de 2019/20 terá como objetivo um déficit primário, não incluindo pagamentos de dívidas, de 0,6 por cento do produto interno bruto.
O FMI disse que o Banco do Estado do Paquistão se concentrará em reduzir a inflação e salvaguardar a estabilidade financeira. O fundo disse que uma taxa de câmbio "determinada pelo mercado" ajudará o funcionamento do setor financeiro.
(Por James Mackenzie e Syed Raza Khan)