DUBAI (Reuters) - Um projeto de lei que exige que o governo do Irã suspenda inspeções nucleares a menos que sanções sejam retiradas e que ignore limitações ao programa nuclear do país acertadas com grandes potências foi aprovado pelo Parlamento linha-dura da República islâmica, nesta terça-feira.
Mas o governo logo disse que a medida, proposta em reação ao assassinato de um cientista nuclear destacado na sexta-feira, não pode alterar a política nuclear iraniana, que está a cargo do Supremo Conselho de Segurança Nacional.
"Morte à América! Morte a Israel!", bradaram parlamentares depois de aprovarem um esboço do projeto de lei em uma sessão transmitida ao vivo pela rádio estatal.
Mais tarde, os parlamentares aprovaram a íntegra do projeto de lei, incluindo uma cláusula que exige que o governo suspenda inspeções nucleares da Organização das Nações Unidas (ONU) se potências ocidentais que ainda são parte do acordo nuclear de 2015, além de China e Rússia, não restaurarem o acesso iraniano ao sistema bancário mundial e aos mercados de petróleo dentro de um mês.
O Parlamento exigiu muitas vezes um endurecimento da posição do Irã na questão nuclear nos últimos anos -- sem muito sucesso.
Neste caso, o governo precisa decidir se uma reação dura ao assassinato de Mohsen Fakhrizadeh pode ameaçar a perspectiva de uma melhoria dos laços com os Estados Unidos assim que o presidente eleito, Joe Biden, assumir o lugar de Donald Trump.
Biden disse que reintegrará os EUA ao pacto de 2015 se o Irã voltar a cumprir seus termos.
(Redação Dubai)